Ontem aconteceu algo espantoso
comigo no Tijucas. Era tarde da noite, quando fui levar o lixo no corredor e a
porta bateu com o vento. Joguei o pacote na lixeira, fechei a gaveta e quando
tentei abrir a maçaneta da minha porta, estava trancada. Como se alguém tivesse
fechado o escritório por dentro. Porém, eu estava sozinho na sala naquela hora!
Olhei pela bandeira de vidro da porta e vi que a luz da sala de dentro acendeu
e com o ouvido rente à fresta, escutei barulho do teclado. Alguém digitando.
Continuei forçando a maçaneta, até que enfim, a porta se abriu. Persiana de
ferro voando – torta no vendaval. Todas as luzes estavam apagadas e o meu
computador ligado. Peguei meu HD, desliguei o computador e fui embora. Sem ler
o que estava escrito no monitor.
* * *
Consegui resgatar o back-up da
mensagem do fantasma escritor, do Tijucas, em meu computador. O Word gravou
automaticamente. Algumas palavras estavam escritas erradas, ou digitadas
apressadamente. Dei uma arrumada para vocês lerem:
“Pesquise a história de um
morador muito alto, alto mesmo, que residiu no Tijucas em 1958. Me falaram que
os pés-direitos altos dos conjuntos se devem por causa dele. O gigante era tão
alto que só utilizava as escadarias e vivia dando cabeçada nas vigas. Não
acredito que todos tivemos que viver em apartamentos altos por causa de um
único habitante. Mas é que ele era bem amigo do engenheiro.
Eu o vi poucas vezes. Apenas uma
sombra colossal certa vez, nas escadas, quando deu pane nos elevadores. Devia
ter uns 3 metros, mais ou menos. Ou mais! E outra vez, no Café da Boca. “A
xícara que ele usava era maior e a sua voz, gutural.”.
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