quinta-feira, 7 de março de 2013

Vento, fantasma e homem grande


Ontem aconteceu algo espantoso comigo no Tijucas. Era tarde da noite, quando fui levar o lixo no corredor e a porta bateu com o vento. Joguei o pacote na lixeira, fechei a gaveta e quando tentei abrir a maçaneta da minha porta, estava trancada. Como se alguém tivesse fechado o escritório por dentro. Porém, eu estava sozinho na sala naquela hora! Olhei pela bandeira de vidro da porta e vi que a luz da sala de dentro acendeu e com o ouvido rente à fresta, escutei barulho do teclado. Alguém digitando. Continuei forçando a maçaneta, até que enfim, a porta se abriu. Persiana de ferro voando – torta no vendaval. Todas as luzes estavam apagadas e o meu computador ligado. Peguei meu HD, desliguei o computador e fui embora. Sem ler o que estava escrito no monitor.

 * * * 

Consegui resgatar o back-up da mensagem do fantasma escritor, do Tijucas, em meu computador. O Word gravou automaticamente. Algumas palavras estavam escritas erradas, ou digitadas apressadamente. Dei uma arrumada para vocês lerem:
“Pesquise a história de um morador muito alto, alto mesmo, que residiu no Tijucas em 1958. Me falaram que os pés-direitos altos dos conjuntos se devem por causa dele. O gigante era tão alto que só utilizava as escadarias e vivia dando cabeçada nas vigas. Não acredito que todos tivemos que viver em apartamentos altos por causa de um único habitante. Mas é que ele era bem amigo do engenheiro.
Eu o vi poucas vezes. Apenas uma sombra colossal certa vez, nas escadas, quando deu pane nos elevadores. Devia ter uns 3 metros, mais ou menos. Ou mais! E outra vez, no Café da Boca. “A xícara que ele usava era maior e a sua voz, gutural.”.

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